Em tempos de exaltação à
proteção solar, um assunto veio à tona nas rodinhas e nos congressos de
médicos: até que ponto o bloqueio dos raios UV pode afetar a síntese de
vitamina D, tão essencial à saúde? A discussão esta quente e longe de um
consenso. Para começo de conversa, o sol é a principal fonte para absorver a
vitamina D, responsável pela liberação de cálcio e fósforo, fundamentais para
fortalecer ossos e músculos. E é aí que está a polemica: afinal, qual é a dose
de sol indicada para obter os benefícios da substância sem colocar em risco a
pele? Nos países do Hemisfério Norte, onde a radiação solar é mais fraca, é
preciso se expor ao sol, sem proteção, todos os dias, por um período de 15 a 20 minutos no horário em
que a incidência do sol é mais alta, próximo ao meio-dia. No Brasil, de acordo
com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o mesmo tempo é suficiente, porém
evitando o horário de pico. “Qualquer parte do corpo com uma área de 20cm² -
equivalente à região da nuca – pode receber os raios solares para sintetizar a
vitamina. Braços e pernas, por exemplo”, explica o dermatologista Adilson
Costa, de São Paulo. “um individuo acima de 65 anos que vive em São Paulo, no inverno,
terá que se expor mais tempo ao sol do que alguém com 20 anos que mora em
Fortaleza”, ressalta a médica Rosa Pereira, membro da Sociedade Brasileira de
Reumatologia. Outro fator a ser considerado é o envelhecimento da pele, que, ao
se tornar mais espessa, não sintetiza tão bem a vitamina. “As peles morenas e
negras também tem mais dificuldade de absorver a radiação e transforma-la e
precisam se expor por um tempo maior”, completa a médica Marise Lazaretti Castro,
presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, de São
Paulo. Se o sol é ao mesmo tempo mocinho e vilão, a saída segura, segundo a
maioria dos médicos, é apelar para a suplementação no cardápio – por meio de
cápsulas ou pela alimentação. “Peixes como salmão e cavala e o óleo de fígado
de bacalhau são grandes fontes de vitamina D, mas não fazem parte da rotina do
brasileiro. É aí que entram os suplementos”.
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