segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Vitamina da Discórdia



Em tempos de exaltação à proteção solar, um assunto veio à tona nas rodinhas e nos congressos de médicos: até que ponto o bloqueio dos raios UV pode afetar a síntese de vitamina D, tão essencial à saúde? A discussão esta quente e longe de um consenso. Para começo de conversa, o sol é a principal fonte para absorver a vitamina D, responsável pela liberação de cálcio e fósforo, fundamentais para fortalecer ossos e músculos. E é aí que está a polemica: afinal, qual é a dose de sol indicada para obter os benefícios da substância sem colocar em risco a pele? Nos países do Hemisfério Norte, onde a radiação solar é mais fraca, é preciso se expor ao sol, sem proteção, todos os dias, por um período de 15 a 20 minutos no horário em que a incidência do sol é mais alta, próximo ao meio-dia. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o mesmo tempo é suficiente, porém evitando o horário de pico. “Qualquer parte do corpo com uma área de 20cm² - equivalente à região da nuca – pode receber os raios solares para sintetizar a vitamina. Braços e pernas, por exemplo”, explica o dermatologista Adilson Costa, de São Paulo. “um individuo acima de 65 anos que vive em São Paulo, no inverno, terá que se expor mais tempo ao sol do que alguém com 20 anos que mora em Fortaleza”, ressalta a médica Rosa Pereira, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Outro fator a ser considerado é o envelhecimento da pele, que, ao se tornar mais espessa, não sintetiza tão bem a vitamina. “As peles morenas e negras também tem mais dificuldade de absorver a radiação e transforma-la e precisam se expor por um tempo maior”, completa a médica Marise Lazaretti Castro, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, de São Paulo. Se o sol é ao mesmo tempo mocinho e vilão, a saída segura, segundo a maioria dos médicos, é apelar para a suplementação no cardápio – por meio de cápsulas ou pela alimentação. “Peixes como salmão e cavala e o óleo de fígado de bacalhau são grandes fontes de vitamina D, mas não fazem parte da rotina do brasileiro. É aí que entram os suplementos”.



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